Bolhas Bloguistas

NÓS! Literalmente nós! Nós vamos bem com caviar, ao almoço e ao jantar. Estamos bem e a melhorar. Ninguém nos pode parar e Nós sempre a borbulhar. bolhas_bloguistas@yahoo.com.br Um espaço aberto a toda e qualquer futilidade...

quinta-feira, março 16, 2006

Macau e o Festival de Artes



Queridas Bolhas,
Continuo numa maré verdadeiramente cultural mas hoje um pouco mais turística… Como aqui a Piquena Bolha borbulha de felicidade cada vez que viaja (antes, durante e mesmo depois) e adora o sítio onde vive, i.e., Macau, resolveu fazer uma pesquisa na internet... Não vão acreditar queridas Bolhas mas encontrei um artigo sobre Macau na Rota e Destinos. Bem sei que já tem 7 anos mas continua muito actual pois os pontos turísticos AINDA não desapareceram… Vou já descansar o leitor turista...
Querido Leitor, os pontos turísticos não vão desaparecer, só que as obras para o melhoramento da cidade são tantas que às vezes torna-se difícil saber onde param os monumentos... Mas claro que estão lá, eu é que tenho péssima orientação.


Vou fazer aqui um aparte para não me perder em deambulações líricas... Bolha genuína que se preze devia andar sempre de guia turístico que lhe desse a mão (in persona) pois nunca sabe onde está... Sabe onde quer estar daqui a umas horas mas chegada ao local alheia-se. São compromissos a mais.

Voltando ao outro assunto. Não acham que estou mais disciplinada? Mentalizei-me... Estava a falar do leitor turista. Tenho um conselho, querido Leitor Turista não desanime venha conhecer Macau em meados de Setembro, nessa altura já deve estar tudo mais composto e não está um calor sufocante... É claro que se sofrer de retenção de líquidos pode cá vir no verão pois poupa imenso na Sauna... Tem N vantagens vir cá durante o pino do verão. Desentope os poros, emagrece, dorme mais, liberta as toxina, etc, etc!

Quanto ao artigo da Rotas e Destinos que vou transcrever parte, não vá desaparecer desta xafarica a que chamam internet, só me resta acrescentar ser imprescindível uma visita aos novos casinos e já agora, não se esqueça de jantar na doca dos pescadores... Digo-lhe já que vai ser a experiência! Acrescento que o site do Turismo é muito útil e se tiver sorte ainda consegue ver uma das Bolhas a actuar no anúncio a promover Macau, se não tiver sorte, olhe azar, nem sabe o que perde...


Aqui vai parte do artigo:

“Qualquer visita deve, obrigatoriamente, começar pelo Largo do Leal Senado (o seu nome tem origem na divisa "cidade do nome de Deus — Não Há Outra mais Leal" concedida pelo rei D. João IV em sinal de agradecimento porque, durante os 60 anos de ocupação Filipina, a bandeira portuguesa nunca foi arriada em Macau). Zona vedada ao trânsito automóvel, é o ponto de encontro da população local. Chineses de idade indefinida sentam-se nos bancos de jardim a ver as pessoas passar, meninos vestidos com a farda dos colégios passam a correr, as mulheres passam com as compras feitas num mercado ali perto. Mais à frente, passe a igreja de São Domingos e volte à esquerda na rua da Palha, uma velha ruela ladeada por lojas que o leva até às ruínas de São Paulo, ex-líbris de Macau. É certo que se trata de um passeio um pouco banalizado, mas vale a pena. Um verdadeiro banho de multidão, onde a confusão é total. Com muito comércio, de barracas de rua onde se pode comprar imitações baratas a lojas de quimonos, casas de chá, farmácias tradicionais chinesas e vários antiquários com reproduções de porcelanas antigas, mobílias de laca e antiguidades.

Seguem-se os jardins chineses. O de Camões e o de Lou Lim Leoc são os mais conhecidos, frequentados por velhotes que não estão a fazer nada ou que jogam xadrez, passeiam os seus passarinhos, praticantes de Tai Chi ou mulheres que tocam instrumentos tradicionais chineses. Tudo numa tranquilidade, numa serenidade e numa paz contagiante. Nem parece que lá fora existe uma cidade com um ritmo urbano muito vivo e barulhento. No entanto, o fascínio e o exotismo da cultura oriental chegam ao seu auge apenas quando se sente a primeira vez o cheiro (em Macau cheira sempre a qualquer coisa) dos pivetes (espirais de incenso de vários tamanhos que se suspendem no tecto e ardem durante dias ou semanas) nos altares, sempre envoltos em nuvens de fumo. Uma experiência mística não só pela atmosfera que ali se vive, mas também pela beleza arquitectónica dos templos e pavilhões ricamente adornados.Depois há a Macau moderna, construída nos últimos anos do período de transição, vivido pelo governo com grande intensidade e desejo de concretizar projectos. Monumentos vários (que nem sempre se destacam pela beleza) espalham-se pela cidade. Muitos metros ganhos ao mar. Novos blocos habitacionais. Museus. Obras como o aeroporto, a Torre de Macau (centro de convenções que, com os seus 328 metros de altura vai superar, no próximo ano, o Banco da China, tornando-se o maior edifício de Macau) ou o recém-inaugurado Centro de Cultura, palco da entrega de testemunho da administração do território.

Mas Macau é também as Portas do Cerco, o ferry boat para as compras e vida nocturna de Hong-Kong, a Fortaleza e Farol da Guia, o Grande Prémio de Macau, as corridas de cães, a prostituição, os lavadores de carros que percorrem a cidade de bicicleta, os palacetes coloniais de tons fortes, a rua dos restaurantes na Taipa, a tranquila ilha de Coloane conhecida pelas praias e as intermináveis sessões Baccarat, Blackjack, Roleta ou Fan Tan no Casino do Hotel Lisboa. E muito mais para descobrir.

Ruinas de São Paulo, o ex-líbris de Macau A Igreja da Madre de Deus — descrita em documentos do século xvii como "o maior monumento da cristandade em terra do Oriente" — e o Colégio de S. Paulo da Companhia de Jesus arderam completamente em 1835. Restam a fachada, a escadaria e algumas paredes, restauradas apenas em 1991.

Muitos dos turistas que aqui chegam para tirar a fotografia da praxe esquecem-se de visitar o Museu de Arte Sacra (um espaço aberto nas traseiras das ruínas onde estão expostos diversos artefactos provenientes de escavações arqueológicas) e o muito interessante Museu de Macau (instalado na Fortaleza de S. Paulo do Monte, desde o ano passado).
(...)
Jardim Lou Lim Ieoc
Mandado construir por um comerciante chinês nos fins do século XIX ao estilo de um jardim tradicional Suzhou, com caminhos serpenteados por meio de montanhas artificiais, este é um dos locais eleitos pelos residentes para praticar Tai-Chi.

É fascinante observar os chineses que passeiam bonitas gaiolas de madeira, colocando-as nos galhos de uma árvore, para que os seus passarinhos apreciem a paisagem, com o mesmo carinho que nós europeus tratamos os nossos cães e os gatos. (...)”


Bem, minhas queridas Bolhas, eu sei que andam todas tresler com a azáfama social habitual mas se tiverem umas horinhas livres não se esqueçam que está a decorrer o

Festival de Artes de Macau.

Este fim de semana canta o grupo “Ala dos Namorados”, na fortaleza do Monte e o Vitorino (o da boina) no Centro Cultural... Para quem goste de patuá (euzinha vibro!) os Doci Papiaçam di Macau vão estrear a peça “Vila Paraíso” no dia 25 de Março no Centro Cultural.


Um resto de uma semana fantasticamente cultural!

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

"Macau, beléza di passado
Tera di fé, qui Dios j` abençoá,
Casa qui Têm sosségo, têm pâm;
Fogo sandino pa` vêm lumiá
Alma fichado n` iscuridám.

Tera di chiste co formosura,
Retrato di Sol na Primavera;
Riva, Ceu azul; basso verdura;
Fora, mar chám; dentro sánto tera.

Sã Macau! Nôsso bérço cristám,
Jardim na pê di Mundo semeado ...
Sã Macau, qui têm su coraçam
N` unga dilúvio di amor banhado.

Macau n` unca-sã hoze sômente:
Sã tudo di bom qui na passado
Capacidade di nôsso gente
Criá co trabalo ismerado.

Aqui têm pagode antiquado,
Ali, gréza arto co su sino,
Rua co travessa consertado,
Ornado co casa piquinino.

Prai-Grándi damostrá formosura!
Arto Guia, co farol empido,
Têm Nos` Siora, méga, co doçura,
Ta protezê Su gente quirido.

Subí Pénha contemplá Capela,
Vêm basso buscá Bica Lilau.
Sám Tiago, na Bara, sentinela,
Co espadarám viziá Macau.

Sám Lorénço sã qui vêlo bairo,
Co su antigo Quatel di Môro.
Na Chunambéro nôs panhá nairo,
Na San-Ma-Lou pôde comprá ôro.

Ma-Kok-Mio sai na embocadura,
Lembrá Macau na bérço mulado:
N` unga lado, sã mar di bravura,
N` otrunga, lágri sacrificado.

Arto, basso, grándi, piquinino,
Um-cento bote na mar bojá.
Curto, comprido, tufado, fino,
Sã pêsse qui ilôtro pescá.

Na meo de cidade sai Senado,
Co botica de catá-cutí.
Unga Siminário respetado,
Têm na traz, pa Dios ficá sirvido.

Misericórdia de Dom Melchior
Têm ali co suave humildade.
Tong-Sin-Tóng, co su grándi fervor
Nom-têm fim di fazê caridade.

Más pa diánte, olá Taraféro,
Co botica di catá-cutí.
Vai riva sã ta olá bombéro,
Hospital Kiang-Vu qui china erguí.

Di Basso-Mónte vai La-Chap-Mio,
Lónge di bairo di S-Li-T`au.
Na unga vánda, sã têm san Kio,
Na otrunga, olá Matapau.

Fortaléza Mónte co su peça,
Lembrá nôsso Macau di otrora;
Andá vai diánte, decê travessa,
Gréza Sant` António sai vêm fora.

Decê Sé, sã ta vai Sám Domingo
Rezá pa Mai di Dios co fervôr.
Vai Sant` Agostinho na domingo,
Adorá Siôr Passo na andôr.

Traz di Sám Laz` ro têm Sám Miguel,
Pa alma di justo discansá.
Virá Flora, passa na quatel,
Sã ta intrá na bairo Mong-há.

Têm unga vánda chomá Tap-Siac,
Co unga porçám di casarám.
Vai más pa riva sã Macau-Siac,
Co Ilha Vérde na bocarám.

Na Sám Januário têm Hospital,
Co Sám Francisco na pê di Guia;
Cavá olá Môro-as Ramal,
Virá, sã têm na Dóna Maria.

Di Sám Paulo, dêce vai Jardim
Co nómi di Camões esquivido.
Porta-Cérco sã têm na fim-fim,
Co su portám di fero erguido.

Lugar janota, desdi qui ora,
Aqui China, ali Portugal,
Macau champorado já vêm fora
Unga jardim qui nom-têm igual.

Tera di fé qui têm coraçám,
Têm alma, inchido de beléza,
Sã Macau! Nôsso bérço cristám,
Di Portugal chistosa princésa."

Adé dos Santos Ferreira, em “Macau di tempo antigo”
Dezembro de 1984

12:32 da tarde  

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